“O que é texto e das capacidades
necessárias para o leitor compreender e construir os sentidos do texto” Tema abrangente sobre pareceres dos cursistas
a respeito do desenvolvimento das capacidades de leitura, entendimento e compreensão
de um texto, utilizando estratégias pertinentes ao contexto em estudo.
Segundo Roxane Rojo, 2002, atualmente
texto ou discurso é “conjunto de sentidos e apreciações de valor das pessoas e
coisas do mundo, dependentes do lugar social do autor e do leitor e da situação
de interação entre eles”. A leitura efetiva se faz pela compreensão textual, analisando várias
informações que o texto traz, inclusive sua relação com o autor e leitor, das quais podemos subtrair entendimentos e conhecimentos
através de diferentes gêneros textuais, seja uma imagem, uma música, uma
poesia, um gráfico etc, formulando questionamentos, analisando o seu conteúdo,
organizando ideias, relacionando-as com as do autor, sua vivência,
estabelecendo uma correlação entre as informações apresentadas e as do próprio
leitor, tirando conclusões, comparando-as a informações extras, o que pode
levá-lo a e produzir um novo texto, seja no ambiente digital ou não.
Para que a abordagem ou o estudo
sobre um texto seja amplo e abrangente, há capacidades de compreensão e de
construção de sentidos que são tomadas, exploradas, a fim de que se consiga
alcançar o desenvolvimento cognitivo e a capacidade de transpor esse
desenvolvimento para a escrita, para a produção, o que resultará no posicionamento
crítico do estudante. Mas para se posicionar, para entender um texto,
precisa-se da leitura e esta não é apenas decodificar palavras, vai além da
compreensão do significado de um vocábulo, envolve o conhecimento de mundo, de
práticas sociais, conhecimentos linguísticos, intertextualidade, finalidade,
produção, esfera social de comunicação (Rojo, p.3), alcançando, assim, o
letramento, ou seja, todos os saberes adquiridos ‘trabalhando-os juntos’ para a
verdadeira compreensão de um texto.
Para que o trabalho do professor
seja efetivo há que se considerar as estratégias de entendimento do texto que
envolvem as capacidades de decodificação, as capacidades de apreciação e
réplica do leitor em relação ao texto( interpretação e interação), mas também
as capacidades de compreensão, através das estratégias que são definidas pelo
professor para a exploração e entendimento do texto.
Como nada o que se estabeleceu
como estudo para a compreensão de um texto é descartado, e para conduzirmos o
educando ao letramento, tentamos centrar nossos esforços em diferentes
práticas, como as sugeridas por Roxane Rojo, abordando-as de diferentes formas,
para finalidades específicas.
Ao iniciar-se um trabalho de ativação
das capacidades de compreensão (estratégias), o leitor associa os seus
conhecimentos de mundo, relacionando-os ao que o autor aborda em seu texto ou
criando inferências; através de informações que podem ser visuais, como uma
imagem, títulos, o leitor antecipa o conteúdo do texto, levantando hipóteses a
respeito do assunto tratado, sobre o qual vai se confirmar ou não suas
expectativas através de checagens. Localizar informações explícitas e
implícitas também faz parte de estratégias de compreensão, utilizando recursos
práticos como marcadores textuais, sublinhados como estratégias de leitura; a
construção dos sentidos do texto pode se dar através da intertextualidade, ou
seja, comparando as informações do texto em estudo com as de outros textos de
conhecimento do leitor, fazendo uma síntese das informações retidas. Para a
produção de inferências textuais, o leitor poderá localizar dados locais
(vocábulos, frases, período, parágrafo), ou, por dados globais, através de
informações implícitas, entrelinhas, para chegar à sua própria conclusão, ou,
possivelmente, numa reprodução textual.
Diante de tantos recursos,
ferramentas tecnológicas disponíveis para a extração de informações é
incompreensível e inaceitável que os nossos jovens não atendam ainda ao
percentual mínimo estabelecido para atingirem a fluência na leitura,
capacidades de compreensão de um texto e autonomia na produção textual. Pode-se
considerar, então, outra estratégia para o desenvolvimento das capacidades de
compreensão textual que está ligada à utilização das novas tecnologias
introduzidas no ambiente escolar, as quais estimulam os alunos a superarem seus
problemas com a leitura/ compreensão de textos e escrita. As TICs (Tecnologias
de informação) representam uma inovação e uma evolução no ambiente escolar no
que diz respeito à capacidade de compreensão textual, visto que a utilização de
seus recursos como suportes, como links, hipertextos, induzem o jovem, através
de suas necessidades e curiosidades, a explorar o ambiente digital e abstrair
informações que facilitarão a sua interpretação e compreensão textual,
aumentando seu interesse na procura de novos assuntos.
As estratégias que Roxane Rojo,
2002, sugere para as capacidades de compreensão de um texto vêm ao encontro da
Proposta de Ensino do Estado de São Paulo, estratégias essas que são
trabalhadas em sala de aula, e que repercute de forma positiva na apropriação
da fluência da leitura pelo aluno. O processo de trabalho é dinâmico e para que
se efetive, reafirma-se a análise do título da obra, autor (época, ideologia,
acontecimentos históricos), levantamento de hipóteses, comparação de
informações, intertextualidade, interdiscursividade, conclusões gerais,
produção de texto, reformulação, autocorreção, o que vai resultar em
capacidades que envolvem a efetiva
compreensão por parte do aluno.
As mudanças curriculares ocorridas na década
de 80 até os dias atuais em relação à leitura, compreensão, escrita e produção
de texto, uso da gramática estão atingindo gradativamente o objetivo dos
educadores: tornar o educando leitor eficiente, capaz de interagir com o texto,
explorando-o e extraindo deles subsídios para a real compreensão. Muito
trabalho ainda está por vir, porém a objetividade, a forma como será aplicada, merece
atenção do professor como mediador, orientador, questionador para conduzir o
jovem à criticidade e ao desempenho autônomo de leitor e produtor de texto com
consciência de sua participação na mudança dos conceitos de uma sociedade.
Referências Bibliográficas
ROJO, Roxane (2002) Letramento e capacidades de leitura para a
cidadania. LAEL/PUC-SP.
BRASIL (2004) Guia do Livro Didático PNLD/2005 –
Língua Portuguesa (5ª a 8ª séries). Brasília, DF: MEC/CEALE/UFMG.
http;//www.fnde.gov.br/guiasvirtuais/pnld2005/índex.html