Apresentação


Esse blog faz parte de um programa de Formação a Distância de Educadores. Foi criado por Cleusa M. Santarém Morassi, Surama Domingos, Marilena Floriano, Marinete da F. Garcia e Roberta T.Carderi, participantes do curso Programa Práticas de Leitura e Escrita na Contemporaneidade – 2ª edição – 2012. - Leitura e Escrita em Contexto Digital. O curso envolve os educadores de todas as áreas do conhecimento e os leva a refletir sobre o papel do professor como mediador e orientador nos trabalhos de leitura e escrita, fazendo uso das tecnologias digitais. Os profissionais da Educação ficam convidados a visitar esse espaço, onde serão postados textos produzidos pelo grupo, pesquisas, informações sobre autores e suas obras que venham enriquecer o trabalho com a leitura e escrita em sala de aula.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Reflexão sobre as capacidades de compreensão de um texto


“O que é texto e das capacidades necessárias para o leitor compreender e construir os sentidos do texto”  Tema abrangente sobre pareceres dos cursistas a respeito do desenvolvimento das capacidades de leitura, entendimento e compreensão de um texto, utilizando estratégias pertinentes ao contexto em estudo.

Segundo Roxane Rojo, 2002, atualmente texto ou discurso é “conjunto de sentidos e apreciações de valor das pessoas e coisas do mundo, dependentes do lugar social do autor e do leitor e da situação de interação entre eles”. A leitura efetiva se faz pela  compreensão textual, analisando várias informações que o texto traz, inclusive sua relação com o autor e  leitor,  das quais podemos subtrair entendimentos e conhecimentos através de diferentes gêneros textuais, seja uma imagem, uma música, uma poesia, um gráfico etc, formulando questionamentos, analisando o seu conteúdo, organizando ideias, relacionando-as com as do autor, sua vivência, estabelecendo uma correlação entre as informações apresentadas e as do próprio leitor, tirando conclusões, comparando-as a informações extras, o que pode levá-lo a e produzir um novo texto, seja no ambiente digital ou não.
Para que a abordagem ou o estudo sobre um texto seja amplo e abrangente, há capacidades de compreensão e de construção de sentidos que são tomadas, exploradas, a fim de que se consiga alcançar o desenvolvimento cognitivo e a capacidade de transpor esse desenvolvimento para a escrita, para a produção, o que resultará no posicionamento crítico do estudante. Mas para se posicionar, para entender um texto, precisa-se da leitura e esta não é apenas decodificar palavras, vai além da compreensão do significado de um vocábulo, envolve o conhecimento de mundo, de práticas sociais, conhecimentos linguísticos, intertextualidade, finalidade, produção, esfera social de comunicação (Rojo, p.3), alcançando, assim, o letramento, ou seja, todos os saberes adquiridos ‘trabalhando-os juntos’ para a verdadeira compreensão de um texto.
Para que o trabalho do professor seja efetivo há que se considerar as estratégias de entendimento do texto que envolvem as capacidades de decodificação, as capacidades de apreciação e réplica do leitor em relação ao texto( interpretação e interação), mas também as capacidades de compreensão, através das estratégias que são definidas pelo professor para a exploração e entendimento do texto.
Como nada o que se estabeleceu como estudo para a compreensão de um texto é descartado, e para conduzirmos o educando ao letramento, tentamos centrar nossos esforços em diferentes práticas, como as sugeridas por Roxane Rojo, abordando-as de diferentes formas, para finalidades específicas.
Ao iniciar-se um trabalho de ativação das capacidades de compreensão (estratégias), o leitor associa os seus conhecimentos de mundo, relacionando-os ao que o autor aborda em seu texto ou criando inferências; através de informações que podem ser visuais, como uma imagem, títulos, o leitor antecipa o conteúdo do texto, levantando hipóteses a respeito do assunto tratado, sobre o qual vai se confirmar ou não suas expectativas através de checagens. Localizar informações explícitas e implícitas também faz parte de estratégias de compreensão, utilizando recursos práticos como marcadores textuais, sublinhados como estratégias de leitura; a construção dos sentidos do texto pode se dar através da intertextualidade, ou seja, comparando as informações do texto em estudo com as de outros textos de conhecimento do leitor, fazendo uma síntese das informações retidas. Para a produção de inferências textuais, o leitor poderá localizar dados locais (vocábulos, frases, período, parágrafo), ou, por dados globais, através de informações implícitas, entrelinhas, para chegar à sua própria conclusão, ou, possivelmente, numa reprodução textual.
Diante de tantos recursos, ferramentas tecnológicas disponíveis para a extração de informações é incompreensível e inaceitável que os nossos jovens não atendam ainda ao percentual mínimo estabelecido para atingirem a fluência na leitura, capacidades de compreensão de um texto e autonomia na produção textual. Pode-se considerar, então, outra estratégia para o desenvolvimento das capacidades de compreensão textual que está ligada à utilização das novas tecnologias introduzidas no ambiente escolar, as quais estimulam os alunos a superarem seus problemas com a leitura/ compreensão de textos e escrita. As TICs (Tecnologias de informação) representam uma inovação e uma evolução no ambiente escolar no que diz respeito à capacidade de compreensão textual, visto que a utilização de seus recursos como suportes, como links, hipertextos, induzem o jovem, através de suas necessidades e curiosidades, a explorar o ambiente digital e abstrair informações que facilitarão a sua interpretação e compreensão textual, aumentando seu interesse na procura de novos assuntos.
As estratégias que Roxane Rojo, 2002, sugere para as capacidades de compreensão de um texto vêm ao encontro da Proposta de Ensino do Estado de São Paulo, estratégias essas que são trabalhadas em sala de aula, e que repercute de forma positiva na apropriação da fluência da leitura pelo aluno. O processo de trabalho é dinâmico e para que se efetive, reafirma-se a análise do título da obra, autor (época, ideologia, acontecimentos históricos), levantamento de hipóteses, comparação de informações, intertextualidade, interdiscursividade, conclusões gerais, produção de texto, reformulação, autocorreção, o que vai resultar em capacidades  que envolvem a efetiva compreensão por parte do aluno.
 As mudanças curriculares ocorridas na década de 80 até os dias atuais em relação à leitura, compreensão, escrita e produção de texto, uso da gramática estão atingindo gradativamente o objetivo dos educadores: tornar o educando leitor eficiente, capaz de interagir com o texto, explorando-o e extraindo deles subsídios para a real compreensão. Muito trabalho ainda está por vir, porém a objetividade, a forma como será aplicada, merece atenção do professor como mediador, orientador, questionador para conduzir o jovem à criticidade e ao desempenho autônomo de leitor e produtor de texto com consciência de sua participação na mudança dos conceitos de uma sociedade.


Referências Bibliográficas
ROJO, Roxane (2002) Letramento e capacidades de leitura para a cidadania. LAEL/PUC-SP.
BRASIL (2004) Guia do Livro Didático PNLD/2005 – Língua Portuguesa (5ª a 8ª séries). Brasília, DF: MEC/CEALE/UFMG.
http;//www.fnde.gov.br/guiasvirtuais/pnld2005/índex.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário